Sociedade Corrompida

Postado por BrunoMSC | | Postado em quinta-feira, 5 de novembro de 2009 as 10:13

Quem gosta de dar uma voltinha pela rua, despreocupado, só pra relaxar?
E quem tem que ir na rua por causa da faculdade e do trabalho?

Eu faço parte dos que saem mais pela faculdade e trabalho. Faço parte também dos paranóicos com assalto. Ontem sai de casa e me coloquei no ponto de onibus esperando a condução para a faculdade. Rua movimentada (até demais), mais umas quatro pessoas esperando no ponto, e cinco minutos depois me aparece um sujeito vestido com o uniforme do trabalho e começa o papo com umas senhoras daquelas que voce sabe só de olhar que adoram uma fofoca.

O cara chega falando que duas pessoas (mulheres e suas bolsas) haviam sido roubadas e os meliantes (lol) acabaram de passar ali pelo ponto. E eu vi os cabras, assim como o tio descreveu, dois moleques sem camisa, andando descontraidos, passaram por mim e pelo pessoal do ponto de onibus. Dois minutos depois passam dois policiais de moto na velocidade "passeando", indo na mesma direção dos bandidinhos. O tio que começou a contar a historia tratou de atirar o comentário de que ele tinha falado com os policiais sobre o acontecido.

Fiquei no onibus olhando pra qualquer figura suspeita, espreitando, analisando a próxima vitima... até que o busao parou no sinal e adivinhem só, os moleques sem camisa passando pela calçada, rindo. Maravilhosa força policial da nossa cidade, que a justiça seja feita, amém.

Na sociedade atual isso está tão frequente que se tornou banal, você vê, fofoca pro próximo, chamam a polícia e eles finjem que trabalham e fica tudo na mesma, a nao ser para as vítimas. Não se vive tranquilamente como tempos atras, tudo muda muito rápido, e essa velocidade aumenta a cada vez mais, até chegar o momento de tudo explodir, o sistema econômico/social vigente entrar em colapso e tudo ir pra casa do caralho.

A humanidade só evoluir a pontapés e empurrões, somos como um carro em movimento sem gasolina, uma hora agente para de andar e alguem/alguma coisa tem que empurrar.

Andam pela rua com a cara fechada, de casa pro trabalho, do trabalho pra faculdade e da faculdade pra casa, cruza com as pessoas na rua e o unico sinal de que estão vivas é o olhar delas te analisando. Não se cumprimenta mais as pessoas na rua com um sorriso, um aperto de mão, um oi que seja, tem gente que só balança a cabeça.

Isso é só o inicio de um medo de sair de casa, as pessoas vao se isolando cada vez mais em seus mundinhos, dentro de jogos ou coisas do tipo. Eu tenho meu próprio mundo paralelo como sei que muita gente poraí tem e prefere nao admitir. Isso se torna uma verdadeira válvula de escape (e um vício) pra vida, porque ela é difícil e tem horas que é um saco.
Seria muito drama dizer que só temos problemas e decepções, isso aqui não é um discurso emo. E caso esteja procurando um, compre uma gilete. Os momentos felizes realmente compensam os tristes.

O ponto aqui é que as pessoas se acomodam muito com a situação, especificamente o povo brasileiro. A revolta está na boca do povo, mas não no coração. Não se faz mas se fala, e muito. A época que passeatas e protestos resolviam alguma coisa já passou.

É necessário muita força para sair da estrada da rotina e fazer a diferença neste caos social que nos sufoca. Infelizmente os que se sobresaem podem ser calados, silenciados. Traumas e cicatrizes de tempos que isso era bem explícito ainda atormentam e limitam as pessoas. As épocas de opressão deixaram marcas que perduram.

Termino este post com um pensamento:
"Faça o bem e recebará o mesmo. Faça o mal e recebará o mesmo."

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